A Maserati parece atravessar um período delicado, tendo alargado a tradicional paragem das suas fábricas por alturas do Natal e Ano Novo até meados de Janeiro… por falta de procura dos seus produtos! E aqui inclui-se o SUV Levante, lançado há pouco mais de um ano e tido como o modelo que faria as vendas da marca do tridente "dispararem" para números que garantissem a sua sustentabilidade.

Afinal, não foi bem isso que sucedeu, com um final de 2017 em queda, sem que o Levante conseguisse seguir o sucesso do Porsche Cayenne. Nos primeiros nove meses do ano as vendas da Maserati ainda subiram 40%, graças ao efeito novidade do primeiro SUV da marca italiana. Contudo, na Europa a quebra em Outubro e Novembro cifrou-se nos 4%, sendo ainda maior nos Estados Unidos, onde ficou nos 15%. Pior ainda, o mercado chinês não respondeu tão favoravelmente como os responsáveis da Maserati esperariam…

Como os restantes modelos também não conseguem vendas assinaláveis – na verdade, apesar das várias actualizações, todos eles são modelos já algo envelhecidos… –, a marca teve de tomar medidas drásticas para evitar a acumulação de "stocks", quer na fábrica quer nos concessionários. A marca não se pronunciou acerca da paragem adicional das suas fábricas, mas fontes sindicais explicaram o que está previsto.

Assim, a fábrica de Mirafiori, onde é feito o Levante, estará parada de 20 de Dezembro a 15 de Janeiro, enquanto a de Griugliasco, que constrói os Ghibli e Quattroporte, estará fechada quatro semanas, entre 15 de Dezembro e 15 de Janeiro. Por fim, a unidade de Modena, que produz o GranTurismo e o GranCabrio, fechou a 15 de Dezembro e reabrirá a 8 de Janeiro.

A situação do Levante é particularmente preocupante para a marca, pois não só está num segmento cujas vendas continuam a subir, como é um lançamento demasiado recente para que as vendas se comecem já a ressentir. Como explicou o analista da Jato Dynamics, Felipe Munoz, ao "Automotive News": "As vendas estão a baixar mais depressa do que poderíamos prever nesta fase do ciclo do produto. É algo difícil de explicar mas muito preocupante para a marca".

Sergio Marchionne, presidente do Grupo Fiat Chrysler Automobiles (FCA), a que pertence a Maserati, apresentara um plano para a marca que previa a venda de 75 mil unidades em 2018, contando já com três novos modelos, os Alfieri coupé e cabrio que substituiriam os GranTurismo e GranCabrio e um outro novo automóvel não especificado. A verdade é que a Maserati vai abordar 2018 já em perda e sem que nenhum desses três modelos tenha sido apresentado…